Ampliação de geração das fontes renováveis de energia eleva competitividade do país

Ampliação de geração das fontes renováveis de energia eleva competitividade do país

Investidores estão aproveitando as áreas dos parques eólicos para colocar módulos FV: Foto: Envato Elements

O Brasil é protagonista na área de energia e tem o potencial de ampliar a participação de fontes renováveis de energia em sua matriz para ser ainda mais competitivo e alinhado aos critérios ESG e, com isso, contribuir para que as empresas se tornem mais competitivas.

A avaliação foi feita por Nelson Al Assal Filho, diretor de normalização da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), durante 8º Fórum de Infraestrutura Grandes Construções, que tratou do tema “Oportunidades e Desafios do Setor de Energia no Brasil”, no dia 25 de agosto.

Fabiane Ferrão, gestora da Unidade de Negócios Renováveis da TRACTEBEL Engie, também comentou sobre o assunto e destacou que as renováveis permitiram que o setor industrial reduzisse seus custos com energia.

“Em alguns casos, fizeram também com que o segmento se tornasse independente produzindo sua própria eletricidade, com a possibilidade de vender os excedentes dessa produção, ganhando uma renda adicional e obtendo um impacto ambiental positivo”, relatou.

Contudo, para Felipe Gonçalves, superintendente de Pesquisa da FGV Energia, no curto prazo, o setor elétrico ainda precisará dos recursos fósseis, mesmo expandido o uso das renováveis. O sistema hidrotérmico – fonte hídrica complementada com termelétricas a gás natural – ainda será majoritário.

Já Manoel Ribeiro, superintendente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Álya Construtora, a fonte hidrelétrica é a bateria e a base do sistema. Por isso, outras usinas hidrelétricas serão feitas na região da Amazônia, que ainda possui muito potencial a ser explorado.

“Não se pode abrir mão de outras hidrelétricas, porque estaria aumentando o despacho da energia térmica, acarretando em preços e custos mais altos, não atendimento aos compromissos da COP e aceleração das emissões de dióxido de carbono”, explicou.

Do seu ponto de vista, a diversificação da matriz contribui para ampliar a capacidade do país, para o atendimento à população, para a competitividade da indústria e para um preço adequado da energia.

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Importância da energia solar

Al Assal Filho pontuou que o tempo para a transição energética é curto, requerendo um salto para um novo modelo, onde as fontes solar e eólica serão fundamentais.

De acordo com ele, a descarbonização não se trata apenas de produzir energia, mas também de gerenciar melhor a eletricidade, trazendo uma ecoeficiência maior para a rede e nos dispositivos, aprimorando o desempenho e a eficiência energética.

Nesse sentido, afirmou que a tecnologia fotovoltaica flutuante é uma solução limpa, sustentável, ambientalmente favorável. “Desenvolvida por brasileiros, com ajuda de computação avançada e com uma equipe multidisciplinar, o sistema tem demostrado robustez e performance em usinas hidrelétricas brasileiras, como a UHE Itumbiara e UHE Belo Monte, além de atender uma comunidade indígena na região amazônica”.

“Nesse comunidade, a tecnologia fornece 24 horas de energia sem derrubar uma árvore, sem emitir uma grama de CO2 na atmosfera da floresta e sem contaminar o solo com diesel”, enfatizou Demóstenes Barbosa, presidente da Base Energia Sustentável.

O executivo ressaltou que a meta é escalar a tecnologia, “pois vislumbramos o potencial de dobrar a capacidade de geração de energia no Brasil, e isso utilizando menos de 10% dos reservatórios das usinas hidrelétricas”.

Modernização regulatória

Outro ponto importante é a modernização regulatória do setor de energia que, segundo Goncalves, tem sido importante para criar um ambiente robusto para uma maior participação das fontes renováveis, para operar o sistema de forma mais segura e para a entrada da digitalização, trazendo a possibilidade de os consumidores terem uma papel mais relevante no setor elétrico.

Ele lembrou ainda do potencial brasileiro dos biocombustíveis e bioenergia, e da oportunidade de produzir e exportar H2 (hidrogênio verde) e de fabricar produtos verdes.

“Se pensar nos grandes volumes de energia elétrica para produção de H2, uma alternativa será a implantação das eólicas offshore próximas à costa brasileira e à planta de hidrogênio. O conjunto dessas tecnologias pode trazer ganho de escala, redução de custo e desenvolvimento da indústria com competitividade”, disse o superintendente da FGV.

Aproveitamento dos parques eólicos com solar

A apresentação de Fabiane no fórum abordou ainda o interesse dos investidores em aproveitar as áreas dos parques eólicos para colocar módulos solares fotovoltaicos, pois a infraestrutura existente de distribuição e transmissão pode ser compartilhada, reduzindo custos com a infraestrutura, além da rápida implantação.

Entre os desafios estão: a necessidade de estudos para verificar a capacidade do sistema de transmissão com uma nova injeção de empreendimentos eólicos, e a adoção de estratégias para redução da intermitência, como fontes acessórias combinadas e o armazenamento de energia.

Fonte: Canalsolar

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